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PONTES: FUNDAÇÕES SUBMERSAS


Fundações se constituem da parte das obras de Engenharia da maior complexidade por diversos motivos: primeiro pelos seus custos, depois pela sua concepção, continua pela execução e, por último, mais importante, que se pode perder toda estrutura e ainda causar danos de toda sorte, incluindo os irreparáveis. Portanto, vamos começar pelas fundações de pontes, das mais complexas, haja vista que estas contemplam tudo isto acima, acrescido que o solo situa-se longe das nossas vistas. Neste texto vai se exemplificar o caso das três pontes de Florianópolis.

Toda obra deve se iniciar pela antecipação dos dados sobre o solo ou apoio da fundação. Neste caso de pontes, sempre se procura assentá-las sobre rocha. Ao escolher então o local mais adequado de se executar uma ponte, deve-se ter alguma noção da condição de que para sua base deva ser encontrada rocha, a menos que seja ponte para pequenas cargas; do mesmo modo a sondagem deve indicar a presença de rocha sã ou pouco fraturada. Se no traçado da via que dependa esta ponte a opção por encontrar solo nestas condições seja incontornável, parte-se para fundação profunda, ou seja com longas estacas; neste caso, o custo da fundação vai “ser pago” pela importância da obra e consta do estudo de viabilidade econômica ao qual pode ser atendido por uma fundação, por exemplo, de tubos com o “martelo” (no caso um pilão) para procurar o chão firme, como mostra um exemplo do vídeo.


No caso de pontes com pouca carga e baixa profundidade de água e com o solo adequado igualmente a baixa profundidade no solo submerso, pode-se fazer uma ensecadeira; isto se trata de uma espécie de barragem às águas, que se as drenam para fora para que possa permitir trabalhadores executar a fundação a céu aberto. Foi o caso da Ponte Hercílio Luz aqui de Florianópolis, pois seus pilares (apenas dois) foram situados perto da terra firme e por situar-se no ponto mais próximos entre ilha e continente. Caso típico que foi possível “escolher” onde situar a ponte, pois não havia demanda de tráfego, para simplificar uma longa conversa de uma estrutura pioneira.


Já a segunda ponte daqui, a Ponte Colombo Salles, a distância permitida entre a ilha e o continente exigiu a colocação de diversos pilares, muitos deles necessitando escavação a razoável profundidade optando-se pelo típico tubulão a ar comprimido. Se trata de ensecadeira, mas totalmente submersa, exigindo compressão, ou seja, o ar comprimido que impede que a água que penetre no local de execução dos trabalhos de fundação. Devido a insalubridade e a grande possibilidade de acidentes graves (que acabaram ocorrendo, embora poucos....) na terceira ponte (Pedro Ivo) foi usado um sistema de estacas Bade-Wirth, usado anteriormente na Ponte Rio Niterói que possui a capacidade de penetrar até cinco metros na rocha, bem parecido ao mostrado no vídeo. Este sistema praticamente evita acidentes graves do tubulão a ar comprimido.


E assim se pode dar bastante base para se entender melhor o contexto do vídeo apresentado com uma perspectiva local (Florianópolis, SC) e nacional (da ponte Rio Niterói) porque até as superestruturas usadas pelo Brasil eram as que se usou aqui. E por falar em evolução em sistemas estruturais em pontes, deve-se falar sobre pontes estaiadas, cuja tecnologia evoluiu da ponte suspensa (ou pênsil) da Ponte Hercílio Luz, com a tecnologia das outras duas pontes (balanços sucessivos) em concreto protendido executado in loco (protendido após a cura) da Ponte Colombo Salles, para aduelas metálicas da Ponte Pedro Ivo.


Esperamos ter gostado e nos enviem seus comentários.



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