Mais um passo para a integração entre os profissionais da engenharia. Assim o presidente Joel Krüger analisa sua eleição, na tarde dessa terça-feira (25/1), como representante para as Américas do World Council of Civil Engineers (WCCE), na sigla em inglês para o Conselho Mundial de Engenheiros Civis. A eleição se deu por ocasião da 16ª Assembleia Geral da entidade, quando foram definidos ainda os representantes do Conselho Mundial de Engenharia Civil (World Council of Civil Engineers – WCCE) para a África (Aishatu Umar, da Nigéria) e a Ásia (Iuri Svanidze, da Georgia), além do novo presidente eleito, o engenheiro civil costarriquenho Oscar Sanchez. Paralelamente, foi dada posse aos representantes continentais e ao argentino Jorge Abramian, presidente eleito anteriormente para o mesmo mandato dos representantes eleitos hoje (2022-2024). Todos passam a constituir o Comitê Executivo do Conselho Mundial, que contará ainda com a participação do ex-presidente, o português Carlos Mineiro Aires. Eleito em novembro presidente do Conselho das Associações Profissionais de Engenheiros Civis dos Países de Língua Oficial Portuguesa e Castelhana (CECPC), Joel acredita que poderá contribuir para a mobilidade profissional em todo o continente. “Será uma missão com muitos desafios, mas estamos certos de que a experiência e o diálogo mantidos ao longo dos últimos anos com diversos fóruns internacionais da Engenharia poderão ajudar a dinamizar a mobilidade profissional, entre outras demandas necessárias à evolução da Engenharia Civil em todo o mundo, ainda sob os impactos da pandemia de Covid-19”, considera. O CECPC envolve 26 países, enquanto o WCCE abrange cerca de 30 países.
Nos mesmos moldes do CECPC, embora sem se vincular apenas aos países de língua portuguesa e castelhana, como explica o assessor da presidência do Confea, eng. agr. Flávio Bolzan, o Conselho Mundial de Engenharia Civil abrange os conselhos e ordens profissionais de vários países para tratar de temas relativos à profissão de engenheiro civil, mobilidade profissional, fiscalização e evolução da profissão.
“Assim como o CECPC e diferentemente da União Panamericana de Associações de Engenheiros, a qual é uma entidade que congrega em sua maioria entes de cunho associativo, o Conselho Mundial congrega entes regulamentadores e fiscalizadores do exercício profissional”, descreve.
Mobilidade profissional
Bolzan informa ainda que o presidente Joel traçou diretrizes para, a partir da próxima semana, definir um plano de ação das entidades americanas, capitaneado pelo Confea. “Ele está montando um plano de ação para fomentar e tratar das questões de mobilidade profissional. Fizemos uma consulta ao Ministério das Relações Exteriores sobre as prerrogativas de fazer acordos de reciprocidade e recebemos sinal positivo, como uma atividade paradiplomática, junto com o Itamaraty. E um dos temas será a mobilidade profissional, tema do momento em relação ao exercício profissional, ao lado dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS), a Agenda 2030”.
Para os profissionais do Sistema Confea Crea, uma das implicações esperadas é a dinamização das negociações de procedimentos de certificação junto à American Society of Civil Engenniers (Asce). “Assim, será possível levar essas tratativas que o Confea vem desenvolvendo com a Asce para a WCCE, podendo ser um dos itens a serem aprovados conjuntamente por todos os países, o que pode facilitar as negociações”, diz o assessor da presidência do Confea, explicando que os modelos de certificação profissional europeu e americano estão sendo colocados em pauta.
“É preciso discutir quais os melhores caminhos para a certificação profissional, o que pode tornar o processo mais célere, porém sem abrir mão da segurança e fidelidade das informações, no caminho da desburocratização. A ideia é levar para discussão inclusive junto à Federação Mundial de Ordens de Engenheiros (FMOI), que desenvolve discussões com a International Engineering Alliance (IEA) de como vem se desenvolvendo a certificação e acreditação em outras modalidades, com base em experiências exitosas de nações com as engenharias bastante consolidadas como a Inglaterra, Austrália e os próprios Estados Unidos. São basicamente dois caminhos: a acreditação de cursos e a certificação de profissionais. A Asce tem um modelo específico de certificação profissional, por exemplo. Ambos são necessários, já que temos grandes parcelas de profissionais graduados que têm interesse, enquanto o modelo da IEA permite que o profissional obtenha o título de cursos previamente acreditados”, considera Bolzan.
Impactos globais
O impacto desse processo pode ganhar novas expectativas com base no anúncio feito nesta terça-feira de que o Brasil recebeu um dos convites para aprofundar sua campanha para se tornar membro da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “A integração do Confea com os entes de engenharia global ajuda as discussões na OCDE. Já recebemos várias demandas sobre alguns quesitos de engenharia para o exercício profissional, mas estipulamos sempre que esse processo seja feito sob o princípio da reciprocidade, mantendo uma via de mão dupla”, considera o presidente Joel Krüger. Valorizar os fóruns internacionais, mantendo um bom relacionamento com os gestores desses colegiados, como em relação ao próximo presidente da FMOI, o português José Vieira, será um instrumento para alcançar esses objetivos. “A engenharia civil hoje tem um alinhamento muito positivo internacionalmente. Os fóruns capitaneados por profissionais e outros como o Confea têm uma relação muito próxima com o presidente José Vieira, que atuou diretamente na elaboração do Termo de Reciprocidade entre o Confea e a Ordem dos Engenheiros de Portugal. Temos um diálogo que aprofunda as tomadas de decisão”, testemunha Bolzan.
Segundo ele, o Confea está promovendo uma revisão do Acordo com Portugal. “Estamos fazendo um aprimoramento e ainda no primeiro semestre devemos anunciar. A intenção é fazer procedimentos que vão dar ainda mais celeridade, confiabilidade e segurança às informações, corrigindo algumas falhas nesses processos”, diz, ressaltando que cerca de 4.500 profissionais brasileiros e 400 profissionais portugueses já foram beneficiados pelo acordo. Henrique Nunes Equipe de Comunicação do Confea
Fotos: Marck Castro/Confea
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